Suspenso! Suspenso no ar? Não! Só suspenso. Por cordas, correntes, por alguém? Suspenso por alguém me parece mais verdade. E por que? Por quem? Porque sim, porque tinha que ser feito. Inevitável, irreversível.
A suspensão voou daquela mesa até minhas mãos, só me restava assinar, assinei. Por que concordei? Porque era preciso. Não! Mentira! Não era preciso. Tá bom. Eu não sei porque, simplesmente assinei. Foi como levar uma topada e dizer ai. Você leva e você diz. Ai. Assinei. E agora é isso que eu sou. Uma suspensão ambulante, caminhando suspenso, lendo, olhando, escrevendo e comendo suspensões. É tudo que há para se fazer. Seja suspenso também. Sejamos todos suspensos. Suspensões andando pelas ruas, se conhecendo, se amando e se odiando. Suspensões pequenas e moles, berrando de dentro das maternidades. Elas choram e crescem e viram suspensões gigantes, obesas e cruéis. Elas se multiplicam mais e dominam o mundo. O mundo inteiro está suspenso por dois dias, enquanto eu estiver.
Um comentário:
Você veste a banalidade de uma estranheza inacreditável!Realmente muito bom!
Quanto ao fim do meu conto, eu terminei abruptamente,dai ficou parecendo faltar algo;mas agradeço pela observação, ela será muito útil para dar mais vida aos próximos.
Abração!
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